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fiorin's Journal


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O Troco

18:09 Jul 28 2007
Times Read: 519


Esta cidade se transforma a noite. Criaturas que saem apenas nas trevas acordam de sua morte pela segunda vez, noite após noite. Eu não sou diferente porque sou uma delas. Não me lembro mais quando deixei minha humanidade para trás. Às vezes a sinto dentro de mim, toda vez que tenho que me alimentar e logo depois de me alimentar quando fabrico um cadáver novinho em folha. Quando foi que parei de me importar com as pessoas?

Essa noite está um tanto quanto parada, as ruas parecem vazias. Estranho, muito estranho. Minha moto anda por essas ruas como se flutuasse num mar de pixe, o motor grita na noite como um predador que anuncia sua ira. Um predador perigoso.

Preciso me apressar, o Algoz quer me ver. O puto precisa de mim para alguma coisa, alguma coisa grande. Política... quando era mortal até me importava com essa merda, agora que sou um predador noturno quero que tudo se exploda. Tudo bem, sou do sangue do cara. Sou um Gangrel, e isso para mim começa a fazer sentido a cada dia que passa. Encontrar o cara não é difícil, ele mora no lugar mais obvio da cidade para alguém de nossa espécie... no Zôo.

Chego no lugar combinado meia hora antes. Sempre fui de chegar cedo, não gosto de enrolação. Ele não chegou ainda... na verdade ele mora aqui, então ele deve ter saído para caçar. Engraçado, diz ele que não gosta do sangue de animais... por isso caça pessoas. Eu já ouvi historias que ele gosta mesmo de sangue de vampiro. Sei lá, do jeito que o cara é louco é capaz de ele não se alimentar dos animais por gostar deles, já que ele não gosta muito de mortais mesmo. Somos seres estranhos, cada um de nós.

Gosto desse lugar. O barulho dos animais noturnos. Criaturas que espreitam e caçam na noite sem lua. O uivo dos lobos é uma canção maravilhosa... sempre me arrepia a espinha. Eu ainda quero me tornar um deles... ser um lobo. Um dia, sempre diz o Algos, um dia... quando meu sangue for tão forte quanto o sangue dos anciões. Eu espero que consiga viver o suficiente para ter esse prazer. Engraçado... alguns querem poder e gloria entre os seres de sua espécie. Eu só quero ser livre.

Mas alguma coisa esta errada! Os uivos cessam, as criaturas noturnas silenciam. Como se algo mais mortífero estivesse à solta. Eu sinto algo estranho no ar... como se tivesse um predador na espreita. Um predador quer o meu coro? Sem pensar duas vezes desço da moto e me preparo para o ataque. Não sei o que me caça, mas eu não sou um coelho! Dentro dos bolsos de minha jaqueta deixo minhas garras de besta cresçam negras e afiadas, prontas para beberem o sangue da carne de qualquer coisa que me ataque.

Eu sinto um deslocamento atrás de mim e por um segundo salvo minha pele da lamina que passa por milímetros de meu pescoço. Com um giro rápido me coloco de frente ao meu predador. Fico surpreso ao ver que o homem estranho cheira como eu, mas não é pálido... é negro como a noite, se veste de negro e verga uma espada curva. Ele tem um olhar assassino, algo que me diz que ele esta acostumado com aquela vida e que provavelmente deve estar puto por ter errado o primeiro golpe. Bom, se eu não ficar esperto ele provavelmente não errara o segundo.

Começamos a nos movimentar em torno de um eixo imaginário entre nós. É quase uma dança, uma dança de morte. Eu sinto que ele carrega cautela nos olhos. Mas ainda assim sinto sua confiança, como se minha morte fosse certa. Mas súbito, sua expressão muda. Seus olhos arregalam como se fossem pular da órbita, suas mãos vão ao peito e sentem a madeira que a atravessa. Então ambos percebemos Algoz posicionado logo atrás do assassino.

- Péssima noite para caçar membros de meu clã, seu Assamita de merda. Vou te ensinar uma lição que vai ficar gravada na sua pele! Se prepara para sofrer negão...

- Quem é esse cara, Algoz, você o conhece?

- Para de fazer pergunta besta moleque... não ta vendo que mandaram o monstrinho para te pegar? Sorte sua que eu tava por perto... se bem que do jeito que tu é retardado era capaz de você conseguir peitar esse merdinha.

- O que cê queria de mim Algoz?

- Quero nada, o que eu precisava de você já foi feito... fiquei sabendo que queriam te matar e eu queria saber quem era o filho da puta.

- Seu puto! Você me usou de isca...

- Guarda essas garras moleque, antes que eu as enfie em sua bunda. O que você queria que eu fizesse? Se eu te falasse você ia ficar paranóico e eles iam perceber... agora eu vou torturar o negão aqui até ele me contar quem quer te matar. Ai essa pessoa vai se ver na minha mão...

- E tu vai matar o cara?

- Nem... vou usar como uma carta na manga. Se liga moleque... não adianta sair por ai estripando todo mundo. Você não vai subir na vida desse jeito...

- Ta bom... eu vou indo então... até.

- Até...



Hunf, até parece que eu quero subir na vida. Eu quero é ser deixado em paz! Tanta merda para me preocupar e agora tenho que esquentar com alguém querendo meu coro... Deixa estar, eu vou descobrir de quem foi a idéia e vou resolver do meu jeito. Eu não vou cobrar em favores ou em bens materiais. Vou cobrar em gritos... um para cada dia que eu ficar puto com tudo isso. Uma bela sinfonia. Um belo troco.


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batidas mudas

20:04 Jul 24 2007
Times Read: 529


Não sabia exatamente porque tinha aceito aquele convite. O elisium costumava ser um lugar chato, com todos aqueles membros confabulando e tramando... como se suas vidas imortais não existissem além daquelas paredes. Um desfile de corpos esguios, doentios, mas ainda assim sensuais e belos. Corpos mortos e ao mesmo tempo eternos numa juventude sustentada em sangue inocente.

Aquela noite estava quente como o inferno, a memória de sua recém falecida senhora ainda agonizava em sua mente febril. E naquele enorme salão se comentava de sua bravura, os lambedores a sua volta o felicitavam pelo reconhecimento do todo poderoso príncipe da cidade e em alguns lugares mais distantes, membros que se consideravam seguros olhavam com olhares de inveja e ciúmes, desejo e traição. Illudere havia lhe confiado uma vez que se pudessem, todos ali o usariam para subirem na cadeia social, não se importando de arrancarem sua pele no processo... ela estaria entre os predadores que fariam isso, apesar de no fundo parecer uma garota inocente.

E quem é inocente hoje em dia? Tentava se conformar quando de repente aqueles olhos dourados apareceram e fizeram os pensamentos sumirem. Uma beleza invulgar vinha por de trás daqueles olhos que iluminavam o lugar mais escuro do salão. Como mágica uma voz se ouviu em sua mente perturbada pela visão: “venha até a mim”

Sem poder controlar os próprios pés seguiu para aquele lugar confortável, um grande sofá em que geralmente poucos membros sentavam juntos. Sabia que eles sentiam desprazer uns dos outros e de forma alguma sentariam perto daqueles que considerassem inferiores, principalmente de sua pessoa. Foi com grande surpresa que se viu sentado ao lado dela, a “mulher” mais bela do lugar. Aqueles olhos dourados faiscavam com energia, sentia sua libido acordar depois de tanto tempo e se sentia confuso, não se importava com mais nada depois que nasceu para as trevas... mas podia jurar que sentia um tipo de desejo por ela que não sentia a muito tempo.

Sem entender direito a situação, mas tomado pela euforia do sentimento a muito esquecido começou a beijar aquela mulher de forma intensa, passando sua língua pelos lábios carnudos e macios da Setita e sentindo a língua dela brincando com a sua, com toques delicados e quentes. Com sua visão periférica percebia que uma comoção estava sendo tomada a sua volta, mas não se importava com aquele bando de hipócritas... podia jurar que ouviu o Algoz rindo alto, esse era o sinal que ali ninguém iria lhe importunar.

Como num sonho a ouviu chamar seu nome e lhe convidar para um lugar mais reservado. E como num sonho o mundo flutuava, assim quando percebeu estava em um lugar escuro, com motivos egípcios nas paredes, algo que teria lhe encantado quando era um mortal irrequieto e curioso, não hoje com seu coração simples e bestial. Pela primeira vez ouviu sua voz tocar suas orelhas acostumadas ao vento e aos uivos da noite:

- Eu lamento sobre a morte de sua senhora, você devia amar muito ela.

Não me sentia muito confortável para falar sobre aquilo, mas não quis ser um tipo de mal educado, apesar de não ligar muito para as regras de etiqueta hoje em dia:

- Tudo bem. Eu sobrevivo.

Ela fez uma careta como se aceitasse o meu comentário apenas como um sinal de simpatia e respeito. Seus cabelos vermelhos contrastavam com aqueles olhos dourados, me fazendo mais uma vez me sentir fascinado e perdido naquele lugar de poder. Eu via seus lábios se moverem devagar e me fascinava por aqueles caninos cor de perolas:

- Eu estou meio confusa ainda sobre as histórias que ouvi. Quem exatamente a matou?

Minha mente perdida em um estado turvo até então acordou alerta. Senti perigo naquelas palavras e busquei um sinal de revelação:

- De fato minha senhora, uma fera terrível e cruel lhe arrancou a vida.

Ela novamente me olhou com um olhar comovente e triste. Como se cada ângulo de seu rosto perfeito buscasse me encantar num feitiço de amor:

- Não se sente perdido meu caro? Talvez precise de uma nova senhora, ou quem sabe de algo mais...

Falando isso senti seus lábios novamente tocando os meus, e após alguns segundos beijando aquela boca doce e perfeita eu senti um gosto forte e pungente. Era vitae, eu tinha certeza... me lembrava como se fosse aquele dia que tomei o de minha senhora. Mas esse não era um vitae puro e leve como o dela... eu estranhamente a sentia gritando em minha cabeça:

- ESCRAVIDÃO! PERIGO!

Aquele vitae forte e corrupto me fazia novamente sentir a libido queimar em meu peito... mas algo mais institivo me guiava. Algo brutal se revirava dentro de mim, eu senti a fera que olhava por de trás de meus olhos se contorcer, eu senti minhas unhas se tornando garras negras e afiadas e no próximo segundo senti o vitae daquela víbora escorrendo de minha mão que havia se afundado em seu peito:

- como eu suspeitei seu cascavel maliciosa, dentro de seu peito não bate um coração. Espero que isso seja um aviso claro para a sua família. Não se metam com os Gangrel. Não se metam comigo!



Eu ando por essa cidade há muito tempo. Suas ruas são sempre familiares para mim, não importa a esquina em que vire. O problema será quando eu virar a esquina errada, mas até quem sabe eu não terei vivido o suficiente para poder lidar com isso.

Ou não...


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noites negras

20:01 Jul 24 2007
Times Read: 530


Nós viajamos a noite. A noite toda... Algoz nos lidera, é o mais velho de nós. E o mais malvadão. Ao lado dele vai lobo negro, um cara durão... eu e minha senhora vamos atrás, em respeito. Assim funciona entre os Gangrel, nós respeitamos os mais velhos e os mais fortes... sem toda aquela hipocrisia da camarilla. Nossas motos são barulhentas e infernais... somos os garotos perdidos, mas é claro que se eu disser isso em voz alta perco meu coro.

Eu estou a pouco tempo nessa vida noturna, mas tenho perdido a contagem dos dias (ou das noites) que me tornei outra coisa... uma nova coisa. Presas e garras, fúria e violência... só existe isso em meu caminho agora. E liberdade.

Corremos muito, sentimos o vento chicoteando nossos rostos pálidos... eu gosto de olhar para minha senhora. Ela é linda... eternamente linda. Mesmo sendo uma de nós... mas em meu vislumbre percebo que algo está errado. Olhos vermelhos cortam a noite e nos esperam na curva, tento avisar os demais mas é tarde demais...

Ele deve ter uns três metros, duzentos quilos... uma máquina assassina. Vejo seu pelo cinza puxado para o marrom por poucos instantes, enquanto ele praticamente "pousa" sobre a moto do Algoz. Dentes do tamanho de adagas... garras que rasgam o metal da moto de nosso líder. Realmente uma fera assassina.

Mas o Algoz também é. Talvez a fera esperasse despedaçá-lo no meio naquele golpe... mas acho que ela não sabe no tamanho da encrenca em que se meteu. Mas estou pensando demais, as coisas estão acontecendo muito rápido. Quando me dou conta outra fera está sobre minha senhora, rasgando e mutilando... parece que tudo acontece em câmera lenta. Ela parece um maldito boneco de Olinda nas mãos daquele monstro, eu a vejo executar uma dança de morte enquanto seu corpo é destruído pelo monstro assassino.

Súbito a fúria me toma. Não vejo mais o monstro, minha senhora... os outros. Vejo tudo em vermelho sangue... sinto o gosto de sangue, um sangue forte e primal. Sinto minhas garras rasgando carne e cartilagem, meus dentes furando e rasgando... sinto meu sangue me tornando mais forte garras que parecem facas me cortando nos francos. Sinto que meu pulmão direito foi furado... foda-se! Não respiro mais... ele sim, mas não depois dessa noite.

Quando acordo só existe um tapete peludo destroçado em minha frente. Estou rasgado e um dos meus braços está quebrado em quatro partes... mas tudo bem, estou vivo. Vou até aonde minha senhora se encontra. Olho para o que sobrou dela... ela ainda olha para mim, mas está muito mal. Sinto que ela está por um fio de sua morte final. Eu a abraço com força, como se isso pudesse impedir que ela partisse... mas é tarde. Ela está de partida.

Eu não quero que ela se vá. Então cometo o maior pecado que existe em nossa espécie. Eu bebo de sua alma... E agora ela está dentro de mim, me tornando mais forte. Os demais apenas assistem... Algoz não desaprova meu ato e novamente estamos na estrada. Os demais estão satisfeitos por terem dado conta dos nossos inimigos.

Eu estou de coração partido. Perdi meu amor, minha mãe das trevas... dizem que os Gangrel são bestas que não sentem.

Eles não sabem nada a nosso respeito


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Preludio

19:59 Jul 24 2007
Times Read: 531


A princípio pensei estar enganado quanto tudo aquilo, as sensações não estavam certas com certeza. Calor e frio se misturavam num coleio insessante. Dava vertigem tentar sentir o certo e o errado. O mundo todo girava. Ela soprava o ar gelado de sua boca que conhecia mil amantes por minha boca quase casta, acostumada a palavras fortes mas a gestos suaves. sentia escorrer o líquido grosso e rubro que me intoxicava, me acalentava e me fazia pensar que o mundo deveria temer o pior de todos os males. Ela me deu imortalidade, doce e serena; ela me deu o amor sobrenatural, se tornou minha mãe e minha amante. A deusa Izanami dos ventos traiçoeiros.

A rua estava escura e fria, com um salto duro pouso naquele chão aspero tão suburbano; acostumado com o pisar firme daqueles que tão pouco têm mas tanto desejam. Sinto o cheiro de minha presa a duas quadras dalí, perto do jardim. Sei que ela, minha dama, me observa muito perto de onde estou; que aquilo é minha prova de vida ou morte e que não posso falhar. Devo me tornar o predador para que não seja feito de presa, devo matar para não morrer.

A minha presa sente o meu olhar em sua nuca, mas quando se vira não me vê. Ela não tem como o fazer, está fadada a ser Abel e eu o seu Caim. Esta fadada a o fim de sua existência para manter a minha imortalidade. Acelero meus passos, vou alcançá-la no meio do jardim; a rua está vazia... seu atestado de óbito.

Antes do último segundo permito que ela sinta minha presença, gosto de pensar na possibilidade de olhar em seus olhos. Ela se vira lentamente e mira meus olhos verdes com seus doces olhos acastanhados, uma cor linda e doce como o mel. Antes que eu perceba estou apaixonado pela minha presa, antes que eu perceba eu a desejo mais que tudo; mesmo temendo minha segunda morte.

Mas a besta fala mais forte... sinto a falta do vitae tornando minha visão turva e o temor que se insere naquele rosto tão belo. Sinto meus caninos perfurando sua carne tenra e lembro de um conto que diz que o lobo é tão vitima quanto sua presa. Mas isso já não mais importa, estou novamente saciado e só preciso mais uma vez me livrar desse corpo que um dia foi alguém tão lindo.

Eu devoro a beleza, essa é minha maldição eterna.


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fiorin
fiorin
17:37 Jan 21 2008

Alguém le isso será?








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